(Supervisão Ana Cláudia Mattos)
Especial de Campos do Jordão
O bailarino Edison Araya no Museu Felícia Leirner
Foto: Beatriz Fidalgo/3° Ateliê Internacional SPCD
Ele começou a dançar numa escola da cidade, ao sul do Chile, e para assistir as aulas precisava driblar a rotina. Na época, trabalhava num posto de gasolina e saía todas as noites uma hora e meia do trabalho para ir à academia de dança e depois retornar ao trabalho.
Após três meses na escola da cidade, Araya foi para Santiago fazer audição. No entanto, não foi aceito de início por causa da idade, relembra ele. “O pessoal da companhia disse que se quisesse poderia ficar e fazer aula duas semanas”. Tempo suficiente para mostrar seu talento e dedicação, conquistando a vaga.
Mudou-se para Santiago e fez aula de tudo, até com as crianças, para alcançar o nível. No ano de 1998 entrou para o corpo de baile do Ballet de Santiago do Chile, companhia que atua até hoje. “A gente tem que ter força interna, convicção para ir em frente, continuar e ir atrás do seu sonho”, enfatiza.
Araya ministra aula durante o 3° Ateliê Internacional SPCD no Auditório Claudio Santoro
Foto: Beatriz Fidalgo/3° Ateliê Internacional SPCD
Esse é o último ano do bailarino na Companhia. “Eu decidi que eu queria deixar de dançar e não queria que a dança me deixasse”. Aos 44 anos, pretende agora focar na carreira de professor: “toda a paixão que eu sinto estou tentando colocar na pedagogia, para os alunos, tentar tirar o melhor deles”.
Convidado internacional do 3º Ateliê Internacional, Araya deixa uma lição: “como eu comecei a dançar tarde eu sempre achei que a gente pode mais, tem que puxar até conseguir”. Na bagagem de volta, o bailarino leva lindas fotos do evento tiradas com sua câmera pessoal, sua outra paixão, e no coração carrega a certeza de novos amigos brasileiros.
A fotografia é outra paixão de Edison
Foto: Beatriz Ferreira/3° Ateliê Internacional SPCD
Araya e Inês Bogéa, diretora artística da SPCD
Foto: Wesley Claro/3° Ateliê Internacional SPCD
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